terça-feira, 23 de agosto de 2011

Arte sob viaduto em Poá é associada ao satanismo por lider evangélico

Pastor pediu que a prefeitura retire ou altere a obra por sugestionar ligação demoníaca.
Um evangélico representante da Igreja Evangélica Edificados em Cristo em Poá, abordou o secretário de Governo, Geraldo de Oliveira, para pedir que a prefeitura providencie a retirada ou modificação de um desenho feito sob o viaduto Tancredo Neves, na avenida Brasil. O local fica próximo ao salão onde se realizam os cultos da igreja, o pastor disse que a imagem tem incomodado os fieis por conter uma imagem que pode ser associada ao satanismo. 
O Secretário de Governo passou o pedido ao Secretário de Cultura, Douglas Aspásio, que contatou o pastor e o outor da obra, o artista plástico Ivan Magalhães. O caso está sendo analisado pela secretaria.
Sabe-se que o artista, Ivan Magalhães, é formado em artes plásticas pela Faap e Escola Panamericana de Artes. 
Atualmente é professor titular de artes plásticas da Secretaria de Educação de São Paulo e também da aulas na rede estadual de ensino. 
Pintando desde 1999, Magalhães já participou de várias exposições em várias cidades do Interior paulista, e recentemente teve trabalhos expostos em Suzano, Ribeirão Preto e São Paulo. 
Ao saber sobre o pedido do pastor evangélico, o artista explicou: “Meu trabalho retrata a hipocrisia, o descaso e a falta de reflexão sobre os problemas das crianças”. Com este pensamento, resumiu o trabalho com auxílio dos artistas Alexandre 140 e Bozer. Acostumado a criar polêmica em suas pinturas, o artista poaense desenhou em um dos pilares do viaduto, a figura de uma criança com três olhos, que de acordo com ele mostra as doenças e mutação genética que estão sujeitas a acontecer.
Sobre a polêmica que o desenho da criança com três olhos, vem causando na cidade, Magalhães acredita estar havendo por parte da maioria pessoas um melhor entendimento sobre a figura, pois não quis de maneira alguma aludir qualquer cunho religioso. 
Perguntado pelo Notícias de Poá sobre a possibilidade de alterar sua obra ele foi enfático: “Eu não altero. Só se for por ordem judicial”.

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